Por múltiplos auto-governos instituintes
Tenhamos a certeza de que esse experimento proposto é impossível! Pelo simples fato de que o domínio luso-cristão jamais deixou se influenciar pela participação indígena ou negra. Já do contrário, quanta coisa do catolicismo há nas práticas religiosas dos/as escravos/as-descendentes e dos/as indígenas sobreviventes? Quanto há implantado da prática portuguesa, e também ibérica, na organização de nosso trabalho? Porém, essa impossibilidade pode ser trocada pela possibilidade de escolhermos qual o futuro que gostaríamos viver em nosso presente.
Estamos em um momento histórico onde a descolonização é uma necessidade de sobrevivência. A promessa da felicidade feita pelo comunismo faliu. A utopia do capitalismo em tornar todos/as proprietários/as de porções do paraíso fracassa descaradamente. Descolonizar não significa derramar sangue em mais uma guerra sangrenta. Descolonizar significa insurgir contra o simbólico que visa hegemonizar-se. É insurgir contra o domínio colonial que impõe a assimilação absoluta. É dizer não à incorporação obrigatória à uma vida nacional com realizações previamente definidas.

Que as diversas etnias e culturas encerradas nessas fronteiras chamadas Brasil, façam-se ouvir enquanto auto-governos instituintes.
Nossas saudações libertárias aos povos não-lineares.
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* foto: resistência indígena em Brasília
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